Amiga da grávida que morreu no Amadora-Sintra pede demissão da ministra da Saúde

Uma amiga da família da grávida pede ao primeiro-ministro que demita a ministra da saúde. Diz que Ana Paula Martins devia ter pedido desculpa pelo que disse no Parlamento porque foi ofensivo.

Depois da ministra da Saúde rejeitar pedir desculpas à família pelas informações erradas que transmitiu, Paloma Mendes, amiga da grávida que morreu na passada sexta-feira, pede ao primeiro-ministro que demita Ana Paula Martins. 

Para a amiga da família, a culpa neste caso não recai apenas sobre o diretor do hospital Amadora Sintra, que já apresentou a demissão. “Não podem dizer que ela vai ao Parlamento e não tem nada em relação a esta utente. Então, se nós não temos nada, não podemos proferir tamanhas declarações (…) Ficámos extremamente ofendidos porque ela vem dizer que isto é um turismo de gravidez”. 

“Quando os documentos foram todos postos nos meios de comunicação, afinal já havia consulta, já era seguida aqui, já tinha um problema… Como é que nós vamos receber esta declaração da ministra que nem teve simpatia de, pelo menos na primeira declaração, dizer desculpem, errei”.

“Quantas situações têm que virar inquéritos para as pessoas perceberem que já chega? Que não dá para continuar com esta ministra sempre a desvalorizar os casos“, acrescenta Paloma.

Por isso, para Paloma Mendes, Luís Montenegro não tem outra solução a não ser demitir a ministra da Saúde. “A única pergunta que faço diretamente ao primeiro-ministro, que está sentado semanas e semanas a ver estes casos caóticos na obstetrícia, é se acha normal esta senhora continuar à frente desta pasta, acha normal as grávidas estarem a ter filhos na rua, o INEM chegar atrasada, os bombeiros chegarem atrasados, as crianças estarem a nascer em casa, sem condições”.

“Já nem é a ministra, o meu problema é o primeiro ministro, a quem já foi solicitado várias vezes que a substituísse. Não digo que a ministra está a ser incompetente, talvez ela esteja  a conseguir resolver os problemas. E todos nós, nos nossos postos de trabalho quando não conseguimos desempenhar adequadamente as nossas funções, somos rapidamente substituídos. Esta ministra está há um ano e meio neste cargo, o que é que de melhorou no Serviço Nacional de Saúde?”

A bebé, que nasceu de uma cesariana de emergência no Hospital Amadora-Sintra, morreu no domingo de manhã, um dia depois da morte da mãe, que deu entrada na unidade em paragem cardiorrespiratória.