**A HISTÓRIA DA PRIMEIRA MULHER COMPOSITORA DO BRASIL – CHIQUINHA GONZAGA**
Chiquinha Gonzaga, uma verdadeira pioneira da música brasileira, nasceu em 17 de outubro de 1847, no Rio de Janeiro, em uma sociedade marcada pelo conservadorismo e pelo patriarcado. Filha de uma mulher negra liberta e de um militar influente, desde pequena demonstrou um talento excepcional para a música, tocando piano aos quatro anos e compondo aos sete. No entanto, sua trajetória não foi fácil. Forçada a se casar aos 16 anos, viu sua paixão pela música ser reprimida por um marido autoritário. Em um ato de coragem, Chiquinha escolheu a música e abandonou o casamento, desafiando as normas sociais da época.
Após a separação, enfrentou preconceito e dificuldades financeiras, mas não se deixou abater. Começou a dar aulas de piano e compor, conquistando cada vez mais espaço no cenário musical. Em 1877, sua carreira decolou com o sucesso da composição “Atraente”. Em 1885, apresentou sua primeira opereta, “A Corte na Roça”, e em 1899, compôs “Ó Abre Alas”, que se tornaria um marco do carnaval brasileiro.
Chiquinha também se destacou como uma voz ativa contra a escravidão, usando sua música para arrecadar fundos e apoiar a causa abolicionista. Sua luta pela justiça social e pela república a consolidou como uma figura fundamental na cultura nacional. Apesar de seu prestígio, enfrentou dificuldades financeiras e viveu seus últimos anos reclusa.
Chiquinha Gonzaga faleceu em 28 de fevereiro de 1935, mas seu legado permanece vivo. Sua música, suas composições e sua luta por igualdade abriram caminhos para futuras gerações de mulheres na música. A história de Chiquinha é um testemunho de resistência e inovação, uma verdadeira heroína que desafiou as barreiras de sua época e se tornou um ícone da cultura brasileira.