O caso Madeleine McCann voltou a incendiar as redes sociais depois de uma declaração inesperada de Julia Wandelt, a jovem polaca que, em 2023, afirmou ser a criança britânica desaparecida em 2007, na Praia da Luz, Portugal.
Durante meses, Julia tornou-se um fenómeno mediático global, alegando possuir traços físicos, memórias fragmentadas e até marcas idênticas às de Madeleine. No entanto, após testes de ADN, a hipótese parecia descartada… até agora.
Numa nova entrevista partilhada nas redes sociais, Julia revelou que ainda não está totalmente convencida dos resultados que afirmam que ela não é Madeleine. “Ainda estou 50/50”, declarou, deixando milhões de pessoas em choque.
A jovem, hoje com 22 anos, garantiu que existem inconsistências nos relatórios de ADN divulgados anteriormente, e pediu uma revisão independente dos exames feitos sob supervisão de um laboratório privado na Califórnia.
“Não estou a dizer que sou ela. Mas sinto que algo ainda não foi devidamente explicado”, disse Julia, acrescentando que continua a receber mensagens de apoio e também ameaças desde que fez a primeira revelação pública.
A declaração reacendeu o interesse internacional no caso McCann, que continua sem solução quase duas décadas após o desaparecimento da menina britânica de três anos, durante as férias com os pais em Portugal.
Kate e Gerry McCann, pais de Madeleine, não comentaram publicamente as novas alegações, mas fontes próximas garantem que a família “prefere não alimentar especulações infundadas” e confia totalmente nos resultados científicos.
O advogado da família McCann, Clarence Mitchell, afirmou que “qualquer pessoa tem direito às suas dúvidas pessoais, mas os testes foram claros: Julia não é Madeleine”. Ainda assim, o tema voltou a dominar os noticiários.
Em fóruns e redes sociais, milhares de utilizadores partilham fotos comparativas entre Julia e Madeleine, destacando semelhanças faciais e detalhes curiosos, como a famosa marca no olho direito da criança desaparecida.
Os especialistas em genética criminal reforçam que os resultados de ADN não deixam margem para dúvidas. As análises mostraram que Julia possui ascendência polaca e lituana, incompatível com a origem britânica de Madeleine.
Mesmo assim, a jovem insiste que “a verdade pode ter sido manipulada” e que, segundo ela, “há pessoas interessadas em silenciar o assunto”. As suas palavras alimentaram novas teorias da conspiração sobre o desaparecimento.
Julia também afirmou ter recebido “mensagens estranhas” e que algumas pessoas “tentaram impedir” que ela investigasse mais a fundo o seu passado. Alega ainda que a sua certidão de nascimento contém irregularidades.
Os psicólogos consultados por vários meios de comunicação alertam que Julia pode estar a sofrer de síndrome de falsa identidade associada a trauma, um distúrbio raro, mas documentado em casos de desaparecimentos mediáticos.
Apesar disso, o público continua dividido. Muitos acreditam que Julia é apenas uma jovem confusa em busca de atenção; outros veem nela uma voz que desafia a narrativa oficial e mantém viva a esperança de uma revelação final.
As autoridades portuguesas e britânicas, por sua vez, continuam a investigar novas pistas relacionadas com o suspeito alemão Christian Brückner, considerado o principal envolvido no desaparecimento de Madeleine.
Brückner, atualmente preso na Alemanha por crimes sexuais, nega qualquer relação com o caso. No entanto, os investigadores afirmam possuir provas circunstanciais que o colocam nas imediações da Praia da Luz na noite do crime.
Enquanto isso, Julia mantém-se ativa nas redes sociais, onde partilha fotografias antigas e reflexões sobre identidade e verdade. “Não quero fama, quero respostas”, escreveu num dos seus últimos posts.
Os seguidores da jovem dividem-se entre apoio incondicional e ceticismo. “Mesmo que ela não seja Madeleine, algo claramente não está bem com a sua história familiar”, comentou um utilizador num fórum dedicado ao caso.
Desde a sua primeira aparição pública, Julia foi alvo de críticas e teorias conspiratórias. Alguns meios chegaram a sugerir que poderia ser manipulada por terceiros interessados em lucrar com a notoriedade do caso.
Os pais adotivos de Julia, entretanto, afirmaram que a jovem sofre de problemas psicológicos e que sempre souberam a sua verdadeira origem. Segundo eles, toda esta confusão causou “dor e vergonha” à família.
Em resposta, Julia alegou que não confia totalmente nos seus pais e que desde pequena sentia “que algo estava errado”. Essa sensação, diz ela, levou-a a procurar respostas na internet, culminando na alegação de ser Madeleine.
O caso despertou o interesse de documentaristas e plataformas de streaming, que já planeiam novas produções sobre o fenómeno mediático envolvendo Julia Wandelt e o eterno mistério Madeleine McCann.
Para os investigadores, o principal desafio agora é conter a desinformação que continua a propagar-se nas redes, onde teorias infundadas se misturam com fatos reais, dificultando o trabalho das autoridades.
Especialistas em comunicação apontam que o caso Julia Wandelt simboliza a era digital do crime e da verdade parcial, em que qualquer pessoa pode transformar-se num ícone mediático de um dia para o outro.
Enquanto isso, o silêncio da família McCann é visto por muitos como uma forma de proteger a memória da filha. Para outros, é sinal de que o caso ainda esconde segredos nunca totalmente revelados.
Vinte anos depois, o desaparecimento de Madeleine McCann continua a ser uma ferida aberta na consciência europeia — e cada nova reviravolta, como a confissão de Julia, reacende tanto a esperança quanto a dor.
Seja qual for a verdade, uma coisa é certa: o mistério ainda não terminou. E, enquanto houver dúvidas, o nome “Madeleine” continuará a ecoar, como símbolo de uma busca interminável por justiça e identidade.