Mariana Cardoso, atriz de ‘Vitória’, recorda “episódios depressivos” e perda de cabelo: “Tentei tudo”

A jovem ‘abriu o coração’ no programa ‘Alta Definição’.

Mariana Cardoso, atriz que dá cartas na novela Vitória, foi a entrevistada do programa Alta Definição, este sábado, 14 de novembro. Numa conversa intimista com Daniel Oliveira, a jovem deu a conhecer melhor o seu lado pessoal e recordou uma fase menos positiva da sua vida.

“Se houvesse algum problema, eu não contava a ninguém. E chegou a uma altura, mais ou menos na adolescência, em que eu comecei a estudar teatro e trabalhar ao mesmo tempo. E, de repente, tudo aquilo começou a explodir. Comecei a ter vários problemas de saúde, a ficar sem cabelo, por exemplo”, começou por contar.

Mariana Cardoso explicou, em seguida, que foi diagnosticada com alopecia areata. “Não perco o cabelo totalmente, mas bocados (…) No meu caso havia partes em que não tinha cabelo. Nós até chamávamos pele de golfinho, a minha pele ficava mesmo suave, não tinha nada e no resto [do couro cabeludo] tinha o cabelo forte como tenho agora”, explicou.

Tinha a minha mãe a apoiar-me e a dizer: ‘vamos tratar disto, vamos perceber o que é que se passa’, porque a minha faceta escondia tão bem tudo o que se passava comigo. Ela não tinha forma de saber”, referiu em seguida.

“Eu lembro-me perfeitamente, eu estava a fazer um espetáculo com a Luísa Cruz, que era muito exigente fisicamente e eu não tenho tendência para sangrar do nariz. E de repente, o cabelo caia e começava a sangrar do nariz, recordou.

A jovem atriz fez saber ainda que passou por “vários momentos complicados” e que contou com o precioso contributo da terapia. Com a ajuda da terapia, tive uma fase em que realmente senti tudo o que eu nunca tinha sentido na minha vida inteira. E tive um ano com alguns episódios depressivos. Era só muita emoção acumulada e muitas coisas não resolvidas acumuladas”, afirmou.

Não saía do quarto, tinha montes de roupa acumulada, mesmo aquelas coisas pequenas como lavar os dentes, levantar-me, vestir outra roupa ou sair de casa eram impossíveis. Eu comecei a sair de casa para ir à terapia, mas de resto tentava, às vezes só, ir à dança”, recordou.

Mariana explica que precisou de “ir um bocadinho para o lado oposto, para depois começar a reequilibrar”. “Toda a gente sabe que eu sou uma pessoa bastante, caótica, distraída e emocional, mas agora isso é uma coisa boa para mim. Agora, quando algo muito mau acontece, eu já sei o que é não sentir e sei que isso é pior. Por isso, há alturas difíceis da vida, mas nada se compara ao antes”, contou.

“Não tive resultados imediatos”

Ainda sobre a alopecia areata, Mariana sentia que “tinha coisas por resolver”. “Por isso é que se calhar me afetou da maneira que afetou. Mas eu acho que, acima de tudo, o que me estava a assustar era o meu corpo já está a dizer ‘chega'”, referiu.

“O difícil é que o cabelo cai assim, mas depois cresce lentamente. E isso também é um bocado como a vida, é sempre passo a passo, escada a escada. E eu sentia-me a ficar melhor quando estava a fazer o processo, mas na prática eu ainda não tinha resultados (…) Tentei fazer imensos tratamentos, imensas coisas, às vezes ficava com carne viva. Eu tentei tudo para ver se aquilo acabava e percebi que o problema era outro“, explicou.

Mariana contou que teve de ir à “origem do problema”. “Não tive resultados imediatos, nós também queremos sempre tudo à primeira, e isso era frustrante, mas devagarinho consegui. obviamente continuo com esta componente genética, pode sempre voltar, quem sabe. Mas eu achei que nunca ia recuperar, achei que ia ficar assim mais anos e anos e anos, e acho que agora o que causava isto já não está cá”, completou.