Maria Carolina Carraça, enfermeira de 66 anos no Hospital de Beja, faleceu na noite de domingo, 28 de setembro de 2025, vítima de um atropelamento brutal numa passadeira da Avenida Comandante Ramiro Correia, mesmo em frente ao prédio onde residia. A profissional de saúde, que passara o dia a tratar utentes na unidade de diabéticos das consultas externas – cargo que ocupava há décadas –, foi colhida por um veículo ligeiro de passageiros quando regressava a casa, a apenas dois metros do destino.
O acidente ocorreu às 20h25, numa artéria conhecida pelo elevado volume de tráfego e velocidades excessivas, apesar da limitação a 30 km/h imposta por sinalização no pavimento devido à proximidade do Centro Escolar de Santiago Maior. Maria Carolina foi projetada vários metros pelo impacto, sofrendo ferimentos graves, sobretudo nas costas, e ficou imóvel no asfalto em paragem cardiorrespiratória. O condutor parou cerca de 20 metros à frente e aguardou a chegada dos meios de socorro.
Os Bombeiros Voluntários de Beja, alertados às 20h27, e uma equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM intervieram no local, estabilizando a vítima e transportando-a de ambulância para o Serviço de Urgência do Hospital de Beja, onde colegas de longa data declararam o óbito pouco depois. O corpo seguiu para o Gabinete Médico-Legal de Beja para autópsia.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve o condutor no local e submeteu-o a teste de alcoolemia na esquadra, embora o resultado não tenha sido divulgado. Moradores da zona têm reivindicado há anos a colocação de passadeiras elevadas para acalmar o trânsito e reforçar a segurança de peões, mas as demandas não foram atendidas pelos últimos executivos camarários.
A morte de Maria Carolina, que sempre viveu e trabalhou em Beja e deixa um filho, gerou uma onda de comoção na comunidade. Colegas, amigos e utentes inundaram as redes sociais com homenagens, recordando-a como uma profissional dedicada, empática e incansável no cuidado aos doentes. “Uma vida dedicada a salvar os outros, perdida num instante de descuido alheio”, escreveu um colega no Facebook. O hospital emitiu uma nota de pesar, destacando o seu legado de décadas ao serviço da saúde pública. A tragédia reforça os apelos urgentes por melhorias na segurança rodoviária em zonas urbanas sensíveis.